Três mudanças no turismo pós-pandemia

A queda do turismo internacional prevista inicialmente em 3% hoje já chega aos 30%, com uma perda de US$ 300 a 450 bilhões nos gastos dos viajantes internacionais. O cenário nada promissor exigirá uma maior capacidade de adaptação das empresas. Abaixo listamos três possíveis mudanças no setor de turismo após o coronavírus.

Assim que o coronavírus começou a espalhar-se pelo mundo e as medidas de confinamento tornaram-se a única opção viável para evitar a transmissão do vírus, a vida das pessoas mudou. O confinamento e a restrição de mobilidade tiveram uma consequência imediata na procura turística em todo o mundo e fez com que o setor sentisse o impacto da pandemia desde o seu início.

Os aeroportos foram fechados, as viagens internacionais canceladas, conferências e eventos culturais foram adiados e diferentes atrações precisaram fechar as portas. Tudo de uma forma muito rápida e sem grandes planeamentos. Em poucos dias os planos das empresas e dos seus clientes para 2020 foram interrompidos e ainda não há uma data certa para serem retomados.

Os dados citados no início deste texto são da Organização Mundial do Turismo (OMT). A mesma entidade havia previsto um crescimento do turismo global de até 4% para o ano de 2020. Com a pandemia, segundo a OMR, pode-se levar de 5 a 7 anos para recuperar as perdas deste ano. Isso significa que o setor pode recuar a níveis de 2012-2014, com uma quebra muito superior à registada na crise financeira de 2008-2009, quando a procura diminui 5,4%.

As perspetivas não são nada positivas e por isso, mais do que nunca as empresas do setor precisam estar preparadas para as mudanças necessárias num cenário pós-pandemia. Veja três transformações que podem ocorrer no setor:

  1.       Higiene e imagem da empresa

Muitas marcas foram ágeis na sua comunicação e adaptaram as suas campanhas publicitárias para um olhar mais solidário para o momento atual. Essa humanização da marca será ainda mais necessária quando as rotinas começarem a voltar ao normal.

Para manterem-se competitivas as marcas precisarão reafirmar e adequar os seus propósitos e valores às necessidades dos seus clientes. Passar uma imagem de segurança, ter empatia e transmitir valores reais serão mais fundamentais do que nunca. Por isso, é importante manter-se atualizado quanto às mudanças de consumo e hábitos dos consumidores.

Além disso, as empresas de turismo deverão estar atentas às novas medidas de restrições e segurança sanitária que deverão começar a fazer parte nas viagens. Portanto, garantir a segurança dos clientes sem prejudicar os deslocamentos será um dos novos desafios a serem enfrentados pelo setor.

  1.     Novas expetativas com as viagens

Ainda é cedo para saber o que vai mudar no hábito dos consumidores após este período de isolamento e de insegurança nunca antes vivido. No entanto, é possível perceber a tendência do mercado a fortalecer-se ainda mais para o lado ambiental e para as novas experiências.

Em diferentes locais do mundo foram flagradas cenas da natureza a reagir rápida e positivamente à mudança drástica nas rotinas das cidades. Isso pode ser um gatilho para o aumento da procura por destinos que respeitam o meio ambiente e tem um grau de responsabilidade social mais elevado.

Outra mudança no consumo que já tinha sido falada e que agora poderá consolidar-se é a opção por passeios em que não haja tanta aglomeração de pessoas. O conhecido “overtourism” tenderá a ser ainda mais evitado. Com isso, a procura por destinos mais exclusivos e autênticas, com experiências diferentes, deverá aumentar.

  1.     Viagens pelo próprio país

A tendência é que as viagens domésticas sejam as primeiras a voltarem com maior frequência assim que a situação estiver mais controlada globalmente. Como as medidas de proteção variam de um país para o outro, será mais cómodo e seguro viajar pelo próprio país. Além disso, no seu país toda a gente possui as informações de que precisa, fala a própria língua e tem todos os seus direitos garantidos.

Isso poderá significar uma maior opção por transportes terrestres a distâncias curtas com carro próprio, ou para locais mais afastados, porém com fácil acesso através de comboios, por exemplo. Já as deslocações internacionais e aéreas deverão variar de acordo com a situação de cada país. Por isso, as empresas do setor precisam estar atentas às diferentes realidades para terem melhores ofertas de serviços.

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